A mais moderna técnica de reprodução animal que está à disposição dos produtores no mercado nacional também foi implantada na Unimar. Trata-se da reprodução, em escala industrial, de animais de alta linhagem genética. Pela técnica, uma vaca pode ter seus óvulos fecundados semanalmente. No ciclo normal, uma vaca ovula a cada 21 dias, ou seja, está pronta para ser fertilizada. O novo sistema visa acelerar o ciclo reprodutivo animal, fazendo a maturação do óvulo ou oócito “in vitro”, numa proveta. Com a fertilização “in vitro”, um produtor poderá formar um plantel de 500 animais em gestação, em 60 dias, a partir de 30 vacas de alta linhagem, geradoras de óvulos de elevada capacidade genética.
Com ajuda da ultra-sonografia e de uma bomba a vácuo para fazer a aspiração dos oócitos, a equipe do doutor André Dayan do laboratório Vitrogen, que detém a técnica reconhecida internacionalmente, retira 12 óvulos das vacas doadoras que vão resultar em 5 embriões e destes, irão vingar 2 gestações seguras. “O recorde do nosso trabalho foi estabelecido por uma vaca Nelore que gerou 20 prenhezes em uma semana”, explica Dayan.

Conforme Dayan, uma vaca produz cerca de 500 mil óvulos desde seu nascimento e na sua vida útil apenas300 óvulos são maturados. Para ele, há um desperdício de material genético no ciclo normal da vaca, mas pelo novo sistema o animal não sente dor e a técnica pode ser empregada durante toda sua vida ou mesmo com o animal morto há poucas horas.
 
     

Pela técnica desenvolvida pela Vitrogen, são retirados os folículos do ovário dos animais que não estejam ovulando para utilizar esses óvulos para fecundação em laboratório. O processo de cultivo do óvulo está dividido em FIV (Fecundação in vitro), MIV (Maturação in vitro) e CIV (Cultivo in vitro). Após a fecundação, o embrião fica sete dias na estufa desenvolvendo-se em temperatura e umidade controladas iguais às do útero do animal.
Após os sete dias é feita a transferência do embrião para uma barriga de aluguel que vai fazer a gestação completa do feto até o nascimento. É comum essas receptoras, também conhecidas como “tucuras” (vacas cruzadas), serem vendidas prenhes em leilões, com um embrião de alta qualidade genética.Segundo Dayan, dentre as vantagens da fertilização “in vitro” é que hormônios não são utilizados para acelerar a ovulação. Pode ser feita de bezerras, a partir de cinco meses, até a idade senil; ou logo após a morte do animal, retirando-se o ovário da vaca, ou ainda com esta prenhe. Vacas com problemas reprodutivos adquiridos podem se sujeitar ao programa e apenas uma amostra de sêmen tem capacidade de fecundar mais de 20 animais, economizando-se na aplicação do material genético.





Imagem de um embrião de 7 dias (blastocisto) pronto para ser
implantado nas receptoras
Fotomicrografia ampliada de
oócitos que foram retirados das
doadoras por aspiração
Imagem ampliada de um óvulo maturado
     
A perda registrada no procedimento é de 3%, após 60 dias de gestação e o período crítico é no 45º dia, que apresenta de 5 a 6% de perda de prenhez. “A Vitrogen contabilizou, no ano 2000, cerca de 1.5 prenhez por hora comercial, em média. Nos primeiros cinco meses de 2001 já está sendo contabilizada 1 prenhez por hora trabalhada.
Toda esta técnica de primeiro mundo, desenvolvida em Ribeirão Preto (SP), já é uma realidade na Unimar, para reproduzir, em pouco tempo, um plantel de alta qualidade genética que será disputado, lance a lance, em todos os leilões “TOP” do Brasil, nos próximos meses.
 
 

Volta